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Originalmente postado em maio de 2018 / Atualizado em abril de 2023
O Peru possui 90 microclimas devido à sua costa expansiva, mudanças dramáticas de altitude nos picos e vales dos Andes e pelo fato de conter 13% da Floresta Amazônica. A tremenda variação de clima e altitude fornece ao Peru uma grande variedade e abundância de vida vegetal e animal.
Alimentos que crescem no solo rico e ar limpo do Peru costumam ter uma composição superior de vitaminas, minerais e antioxidantes fitoquímicos. Muitos desses alimentos provenientes do Peru são considerados superalimentos, incluindo camu-camu, lucuma, maca, quinoa, sacha inchi e yacon, o que pode oferecer ideias de como incorporar esses ingredientes à dieta ou planejamento alimentar.
O camu-camu é o fruto comestível da planta Myrciaria dubia, proveniente da Floresta Amazônica. Com cores desde o rosa-claro até um vermelho-alaranjado vivo, essa fruta contém uma concentração excepcionalmente alta de vitamina C, carotenoides e flavonoides, que funcionam como antioxidantes. Estudos já demonstraram que uma porção de camu-camu pode conter 60 vezes mais vitamina C do que uma laranja. Pesquisas preliminares demonstram efeitos positivos de auxílio com a pressão arterial, glicose sanguínea e obesidade.
Muitos especialistas em saúde recomendam consumir camu-camu para ajudar a estimular o sistema imune e promover longevidade.
Além da vitamina C, que é um antioxidante, o camu-camu também contém flavonoides e carotenoides. Pesquisas científicas indicam que, assim como outros alimentos ricos em antioxidantes, o camu-camu pode reduzir a inflamação, pressão arterial e risco de doenças cardíacas.1
O camu-camu costuma ser mais disponível em pó, facilitando sua inclusão em receitas de vitaminas, sucos e sopas. A fruta tem um sabor amarguinho natural que combina bastante com adoçantes.
A lucuma é uma fruta tropical e subtropical colhida da Pouteria lucuma, árvore nativa da região Andina do Peru. A lucuma, conhecida por seu interior de cor laranja intensa, é chamada de "ouro dos incas". O sabor da lucuma mistura bordo, batata doce e caramelo fresco. É o sabor de sorvete mais popular no Peru.
A lucuma tem sido usada por séculos como um remédio tradicional na América do Sul. Agora é comumente encontrada na forma de suplemento em pó e promovida pelos diversos benefícios potenciais para a saúde. A lucuma é rica em fibras alimentares, potássio, magnésio e amtioxidantes (principalmente carotenoides e flavonoides).2
A maca (Lepidium meyenii) é membro da família das crucíferas (repolho), sendo parente próxima do nabo. Porém, ela é considerada uma versão de superalimento. Um dos fenômenos peculiares de adaptação das plantas ao ambiente é que estressores como altitude e mudanças de temperatura podem influenciar significativamente a formação de fatores protetores na planta para ajudá-la a sobreviver. Frequentemente, esses compostos também exercem efeitos significativos de melhora da saúde em humanos.
A maca peruana é um excelente exemplo dessa influência ambiental na composição química de uma planta. Primeiro, ela é colhida na região alta dos Andes, no Peru, onde a elevação é tipicamente de 11.000 a 14.000 pés. Essa elevação é acima da linha das árvores e abaixo da calota permanente de gelo. A maca é o alimento colhido de região de maior elevação no mundo. Em qualquer momento do ano, as temperaturas podem ir desde abaixo do ponto de congelamento até 60° F. Todos esses estressores ambientais resultam na composição química peculiar da maca que cresce no Peru. É com certeza um presente.
A maca contém muitos compostos especiais, mas assim como outros vegetais da família das crucíferas, ela contém glucosinolatos. Esses compostos são agentes valiosos que influenciam positivamente o metabolismo hormonal e estão presentes na couve, repolho, brócolis, etc. Os glucosinolatos da maca são especiais em estrutura e ação (eles são mais potentes). A maca também contém alguns alcaloides especiais, chamados coletivamente de macamídeos, incluindo a macaridina e a macaena. Alcaloides costumam ser compostos de ação rápida. Esses alcaloides da maca exercem sua ação em mecanismos centrais de controle no hipotálamo, pituitária, adrenais e outros órgãos endócrinos. Os glucosinolatos e os alcaloides são duas classes de compostos que contribuem para a ação da maca, mas os flavonoides, alcamídeos e esteróis também são importantes.3
A maca é um alimento. Como alimento, existem evidências para apoiar seus efeitos de promoção da saúde. O consumo de maca é associado a níveis mais altos de saúde e níveis mais baixos de marcadores de inflamação e danos oxidativos.4,5
Um dos achados consistentes nos dados clínicos humanos é que a maca melhora pontuações de humor, reduz a sensação de estresse e ansiedade e aumenta os níveis percebidos de energia.4
A maca é um "adaptógeno". Os adaptógenos são historicamente usados para:
Talvez o benefício mais reconhecido da maca seja aumentar o desejo e funcionamento sexual, tanto para homens quanto para mulheres. Testes clínicos confirmam essas propriedades.6-8 A realidade é que a disfunção sexual é altamente prevalente na sociedade moderna no mundo todo, afetando de 20–30% dos homens e 40–45% das mulheres. Em homens, a maca não parece afetar diretamente os níveis de testosterona. Em vez disso, ela age em todo o sistema endócrino para reduzir os efeitos nocivos do estresse, enquanto melhora o humor, a energia e a resistência.7
A maca também ajuda mulheres na menopausa a reduzirem a frequências das ondas de calor, suores noturnos, padrões de sono interrompidos, nervosismo, depressão e palpitações cardíacas. Também houve redução no peso corporal e pressão arterial e aumento do colesterol HDL e ferro no sangue. Esses resultados apoiam o uso histórico da maca em mulheres após a menopausa.9
A dose padrão para a maca seca em pó é tipicamente 1500-3000 mg, uma ou duas vezes por semana. Doses mais altas podem ser necessárias para mais efeitos terapêuticos, mas uma dosagem diária de 1,5-6 g é apropriada para uma melhora geral da saúde.
A quinoa é uma semente comestível nativa das montanhas dos Andes no Peru. Embora seja mais próxima da beterraba e do espinafre do que dos grãos, suas características semelhantes às dos grãos tornam-a um ingrediente valioso nas refeições, desde o café-da-manhã até o jantar. O Peru produz mais de 50% da quinoa cultivada no mundo todo.
Como a quinoa não é um grão, ela oferece uma alternativa perfeita para pessoas com sensibilidade a glúten ou a grãos. A quinoa é composta por 18% de proteína vegetal, resultando em um alimento rico em nutrientes que pode ajudar a dar sensação de saciedade por mais tempo. Devido a sua densidade de vitaminas e propriedades terapêuticas, as Nações Unidas e Departamento de Agricultura dos EUA citam a quinoa como um dos alimentos essenciais para combater a desnutrição e a fome.
Além do seu alto conteúdo nutricional, a quinoa contém diversos fitoquímicos ativos, incluindo fibras alimentares, peptídeos bioativos, polifenóis, flavonoides e outros compostos que produzem uma ampla gama de benefícios para a saúde. Esses incluem antioxidantes, efeitos positivos sobre o controle da glicose sanguínea e atividades anti-inflamatórias e anti-obesidade.10
Existem muitas maneiras criativas e deliciosas de usar a quinoa. Por exemplo, ela pode substituir muitos grãos integrais, como o arroz no complemento de refeições, ou a aveia do café da manhã. A quinoa costuma ser usada em saladas e também pode ser usada batida em vitaminas.
A Sacha inchi é uma semente grande e comestível, colhida do fruto em formato de estrela da planta peruana Plukenetia volubilis. Também conhecida como amendoim inca, ou amendoim da montanha, a sacha inchi está disponível na forma de sementes inteira tostadas, sementes em pó sem gordura e óleo de sacha inchi prensado a frio. O perfil nutricional mostra que as sementes cruas em em pó contêm aproximadamente 22–30% de proteína, enquanto a semente em pó sem gordura após a extração do óleo contém cerca de 53–59% de proteína, tornando-a útil para suplementos proteicos.
O óleo de sacha inchi contém 40-50% de ácido alfa-linolênico (o ácido graxo ômega 3 essencial), 30-40% de ácido linoleico (o ácido graxo ômega 6 essencial) e 10-15% de ácido oleico (o ácido graxo monoinsaturado mais benéfico). Esse perfil é excepcional e torna o óleo de sacha inchi uma escolha popular de suplemento alimentar. O óleo também contém compostos benéficos adicionais, incluindo o tocoferol.
A yacon (Smallanthus sonchifolius) é a raiz de um vegetal nativo da região dos Andes, no Peru. A raiz tem um sabor doce natural que os peruanos nativos usam para adoçar alimentos e aumentar a sensação de saciedade após as refeições. Como o xarope de yacon pode ser eficiente para ajudar as pessoas a terem saciedade, a yacon é um dos adoçantes mais promissores para programas de perda de peso.
A doçura da yacon vem de seu alto conteúdo de prebióticos na forma de frutooligossacarídeos. Esses polissacarídeos especiais têm sabor doce, mas não são absorvidos pelo corpo, já que são tratados como fibras alimentares. Como resultado, o xarope de yacon fornece menos calorias e não afeta negativamente o controle de glicose.
O xarope de yacon costuma ser usado como adoçante e substituto para o mel ou xarope de bordo.
Seja com pós, sementes inteiras ou xaropes, as seguintes receitas fornecem ideias para obter o melhor dos superalimentos peruanos.
Uma vitamina é uma ótima maneira de obter os benefíciosantioxidantes dos superalimentos peruanos sem o estresse de uma receita complicada. Beba essa vitamina para aumentar sua energia ou como uma alternativa deliciosa à cafeína de manhã.
Ingredientes:
Modo de preparo:
Essa receita repleta de nutrientes pode ajudar a satisfazer a vontade de doces, enquanto fornece ao corpo uma ótima fonte de fibras, vitaminas, minerais, e proteínas.
Ingredientes:
Modo de preparo:
A yacon tem um sabor doce natural, que os povos indígenas utilizam por séculos para adoçar receitas. Como contém frutooligossacarídeos, a planta reduz a absorção de calorias e açúcares e também pode diminuir a produção excessiva de insulina no corpo. A forma líquida é prática e tem uso fácil em diversas receitas na cozinha. Algumas aplicações sugeridas do xarope de yacon incluem:
Referências:
Por Dr. Michael Murray, N.D. 
